Nova frequencia em Telefonia celular.

A Anatel está abrindo uma consulta pública para aprovar o uso de parte da freqüência de 2,5Ghz (utilizada pelas empresas de TV por assinatura por microondas – MMDS) para a telefonia celular a aprtir de 2012. Segundo o órgão, esta mudança poderia promover a redução do custo do serviço móvel ao consumidor e ampliariam a capacidade de tráfego de dados nos próximos anos.
Particularmente questiono este posicionamento de nossa agência.
Faz cerca de dois anos que as operadoras de telefonia móvel participaram do leilão pelas bandas das redes 3G e realizaram a sua implantação em território nacional – cuja cobertura total só deverá ser concluída no próximo ano. Além dos incríveis montantes dispendidos durante o leilão para garantir o uso de bandas específicas do 3G HSDPA/HSUPA, houve um grande investimento em equipamentos e infra-estrutura para a ativação da nova tecnologia que, inevitavelmente precisa ser repassado para o consumidor. O repasse é feito encontrando-se a equação adequada entre preço x adesão de usuários: uma conta muito difícil de ser aplicada no Brasil já que a maior parte das linhas habilitadas são pré-pagas dentro de um perfil “de baixo valor agregado”. Assim, o retorno sobre o investimento tende a se estender por um maior número de anos e, a implantação desta uma nova rede, poderá exigir das operadoras novos investimentos a serem repassados nso preços dos serviços para os usuários, levantando a dúvida sobre a “possível redução de custos” alegada pela agência.
De outro lado, assim como ocorre com o padrão da TV digital brasileira, estaremos nos isolando tecnologicamente do resto do mundo: assim como a T-Mobile o fez nos Estados Unidos com a rede 3G HSPA de 1700Mhz. O que isso significa? Se hoje temos a liberdade de adquirir smartphones no padrão europeu (2100Mhz), a chegada de uma freqüência exclusiva (2500Mhz) fará com que os consumidores brasileiros fiquem dependentes de equipamentos específicos para o território nacional – se os usuários da própria T-Mobile sofrem por não poderem comprar um HTC Touch HD ou o novo HTC Hero (por serem incompatíveis com arede 3G da operadora), imaginem o que será de nós. Afinal de contas, apesar de volumoso, o mercado Brasileiro não possui o perfil de consumo de aparelhos high-end (mais caros) que existe nos Estados Unidos (leia-se: T-Mobile). Qual empresa irá abrir toda a linha de produção de um aparelho com alta tecnologia (e um preço elevado) para o nosso mercado consumidor?
Pode ser o fim da variedade de smartphones a que hoje temos acesso…