sexta-feira, 31 de julho de 2009

Reportagem: Emissões Eletromagnéticas de Celular

O que é telefone celular e quais as suas vantagens?

O telefone celular é uma das mais bem sucedidas invenções tecnológicas, cuja principal característica é a MOBILIDADE. Permite que o usuário efetue e receba chamadas de qualquer lugar dentro da área de cobertura de sua operadora, inclusive em movimento, para qualquer outro lugar do mundo.

Que elementos compõem um sistema de telefonia celular? E como funciona esse sistema?

São três os elementos básicos de um sistema de telefonia celular:

1. CCC: Central de Comutação e Controle;
2. E.M.: Estação Móvel ou Telefone celular;
3. ERB: Estação Rádio-Base, composta de: equipamentos de transmissão e recepção, antenas e pára-raios, que ficam instalados em um poste, um mastro ou em uma torre.

Quando o telefone celular é usado para originar ou receber chamadas ou para utilizar outros serviços de comunicação, o contato com
sua operadora é feito mediante o envio e a recepção de sinais de rádio pelo telefone móvel para a antena da estação rádio-base (ERB) que estiver mais próxima do usuário.

Esses sinais são recebidos pela ERB e encaminhados para a central de comutação e controle (CCC) da operadora, que tem a função
de encaminhar as ligações para outras centrais, sejam elas operadoras de telefones fixos ou móveis, completando as ligações.

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E o que são os sinais de rádio emitidos pelos telefones celulares e pelas ERBs?

Os sinais de rádio são ondas eletromagnéticas propagadas no
espaço por antenas, sejam elas das ERBs de telefonia celular ou dos telefones celulares, decorrentes da corrente elétrica que passa dentro delas, e que são provenientes dos equipamentos transmissores. Do mesmo modo são geradas as ondas eletromagnéticas de TV e Rádio AM/FM. Existem também as ondas eletromagnéticas provenientes de fontes naturais, como a luz do sol.

Portanto, ao longo de nossas vidas estamos expostos a diversas fontes de emissão de ondas eletromagnéticas, naturais ou artificiais, e não apenas da telefonia celular. O que diferencia cada uma dessas radiações são a freqüência da operação e a energia que cada uma transmite.

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Qual a diferença entre radiações ionizantes e não-ionizantes?

As radiações eletromagnéticas de frequência acima de 1016Hz (dez elevado à décima sexta potência Hertz) são consideradas ionizantes, porque possuem energia suficiente para quebrar as ligações moleculares dos materiais sobre os quais incidem.03

As radiações eletromagnéticas de frequência abaixo de 1016Hz são consideradas não-ionizantes, pois não têm capacidade de quebrar as ligações moleculares.

A freqüência de operação da telefonia celular é em torno de 12 milhões de vezes menor que a freqüência a partir da qual as radiações eletromagnéticas são consideradas ionizantes

Para você entender melhor...

Imagine que as células do seu corpo são bolas de madeira paradas em uma mesa, e de repente são atingidas por bolas de ferro, que são as emissões IONIZANTES. As bolas de madeira são deslocadas, pois as bolas de ferro são mais fortes que as bolas de madeira.

Agora imagine a mesma situação, só que em vez das bolas de ferro, as bolas de madeira são atingidas por bolas de isopor, que são as emissões NÃO- IONIZANTES. Por serem bem mais fracas, as bolas
de isopor não tem força para mover as bolas de madeira, não mudando suas posições.

Assim acontece com as nossas células em relação às emissões IONIZANTES e NÃO-IONIZANTES.
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Com que intensidade as ondas eletromagnéticas são emitidas das ERBs típicas da telefonia celular?

As Estações Rádio Base da Telefonia Celular emitem ondas eletromagnéticas do mesmo tipo que as

emitidas pelas emissoras de rádio e televisão, bem como pelos sistemas de rádio da polícia e do corpo de bombeiros.

 

Vale ressaltar que as ondas de telefonia celular são emitidas com potência média de 20 Watts, significativamente inferior às emitidas pelas emissoras de FM, com média de 10.000 Watts, pelas emissoras de Televisão, com potência média de 50.000 Watts, e pelas emissoras de AM, com potência média de 100.000 Watts.

 

06Quem mora perto das ERBs de telefonia celular corre perigo de saúde?

As ERBs emitem muito menos potência que outras fontes de irradiação. Existem limites estabelecidos por entidades mundiais de pesquisa, como a Organização Mundial de Saúde, que afirmam que se os limites estabelecidos em suas diretrizes forem respeitados, não há evidência de perigo para a saúde das pessoas.

Além disso, a partir de uma distância mínima, a potência cai muito, fazendo com que medições típicas estejam muitas vezes abaixo dos limites estabelecidos.
Todos os celulares no mercado passam por um teste de SAR antes de serem disponibilizados para usuários, e todos apresentam SAR bem abaixo dos limites estabelecidos e são homologados pela ANATEL. Fuja dos MPx (mp7, mp8, mp9, mp10 etc…), estes aparelho não são homologados pela ANATEL testes SAR e podem trazer sérios problemas ao usuário

E quais são os limites de segurança?
07 Para a telefonia celular, os principais limites estabelecidos pelas recomendações do ICNIRP - OMS são a Taxa de Absorção Específica - SAR e a Densidade de Potência. SAR é a grandeza mais utilizada para medições em laboratório e a Densidade de Potência para medições em campo. Uma vez que
um dos limites é respeitado, automaticamente o outro também é, pois um é derivado do outro. Sendo assim, o valor limite de Densidade de Potência é de 4,35 W/m2.

VOCÊ SABIA que os valores padronizados pelo ICNIRP incluem um fator de proteção de cinqüenta vezes? Isso significa que os valores usados como padrões são cinqüenta vezes menores que o limite de segurança.

De onde vêm todas estas informações?

Desde que a telefonia celular iniciou, há cerca de 35 anos, inúmeros estudos referentes às emissões eletromagnéticas foram concluídos e outros continuam sendo realizados pelos mais diversos centros de pesquisas do mundo, como IEEE, ETSI, IARC, CENELEC, ANSI, ICNIRP.

Todas as pesquisas sérias são reconhecidas pela OMS - Organização Mundial de Saúde, sendo que não foram apresentadas evidências científicas de que as emissões eletromagnéticas geradas pelas antenas possam causar quaisquer problemas de saúde, desde que respeitados os limites de segurança.

No Brasil, o órgão competente para legislar, organizar e fiscalizar os serviços de telecomunicações é a ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações que editou a Resolução 303, em 2 de julho de 2002, na qual são referenciados os padrões recomendados pelo ICNIRP - Comissão Internacional de Proteção às Radiações Não-Ionizantes, órgão pertencente à OMS, que recomendou valores para os níveis de emissão das antenas, aceitos na maior parte do mundo.

Por que são necessárias várias ERBs na telefonia celular?

Considerando-se que os telefones celulares têm alcance limitado, devido à sua baixa potência, só é possível efetuar ligações se houver uma ERB dentro do alcance do telefone. Assim, cada ERB consegue atender a uma área geográfica determinada, chamada célula. O conjunto destas células é o que forma a área de cobertura do sistema celular. Daí a origem do nome CELULAR.

É por isso que se faz necessária a instalação de várias ERBs, inclusive próximo às áreas habitadas. Só assim é possível prestar serviços com qualidade, atendendo às expectativas dos clientes e aos padrões exigidos pelo Governo Federal Brasileiro, sem perdas dos sinais de rádio e com ampliação da área de cobertura.

Conseqüentemente, a potência emitida pelas antenas das ERBs também é baixa, inclusive porque a antena de uma ERB iria interferir, ou melhor, atrapalhar o funcionamento das outras antenas. Resumindo, quanto maior o número de antenas, menor a potência emitida por cada uma delas.
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VOCÊ SABIA que as operadoras de telefonia celular estão compartilhando torres com o objetivo de diminuir o número de antenas na área urbana e até na área rural?

As torres de telefonia celular são seguras?

As torres de telefonia celular são projetadas conforme orientação da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, adotadas para a construção de casas, prédios, pontes, etc. Inclusive, para a construção das torres são consideradas também normas específicas, que consideram situações bastante adversas, como ventos fortes. Todo esse cuidadoso procedimento tem como objetivo principal a segurança da construção, diminuindo ao máximo o risco de acidentes. Além disso, também visa evitar interrupção do serviço de telefonia celular devido a defeitos nas antenas causados por qualquer fenômeno da natureza. Estes procedimentos são válidos tanto para as grandes torres metálicas como também para as pequenas que são montadas no topo dos prédios.

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As torres atraem raios?

As torres não criam nem evitam os raios, pois estes são descargas atmosféricas que dependem única e exclusivamente das condições climáticas e geográficas do local.

Através de uma propriedade física de objetos metálicos pontiagudos, chamada “poder das pontas”, as torres podem eventualmente atrair descargas atmosféricas que caiam nas suas proximidades. Porém, não aumentam a incidência, pois os raios cairiam nas suas redondezas de qualquer maneira.

A torre, na verdade, funciona como uma proteção, pois caso a descarga caia sobre a torre (ERB), esta funcionará como um pára-raios, descarregando toda a energia sob a terra, evitando assim que o raio atinja uma residência ou até mesmo uma pessoa que se encontre nas redondezas.

VOCÊ SABIA que o aterramento das torres é projetado de forma que toda a energia da descarga atmosférica (raios) seja absorvida pela terra? Se não fosse assim os equipamentos que formam as ERBs provavelmente seriam danificados, pois são extremamente sensíveis a este tipo de fenômeno.

As torres podem interferir em outros equipamentos, como em marcapassos, por exemplo?

Devido aos baixos níveis de potência das ondas eletromagnéticas emitidas pelas torres de telefonia celular, dificilmente há interferências das antenas com outros aparelhos elétricos.

Contudo, equipamentos como marcapassos merecem cuidado especial, por isso toda e qualquer fonte de emissões eletromagnéticas já citadas até agora, incluindo também motores elétricos, soldadores elétricos, linhas de transmissão e outros, próximos de marcapassos, devem ser motivo de precaução. Entretanto, muitos dos marcapassos atuais são imunes a qualquer tipo de emissão, merecendo sempre o acompanhamento médico.


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Para saber mais:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) está participando de 160 pesquisas sobre o assunto e já publicou outras 1525, sendo que até o momento nada foi comprovado quanto a possibilidade de que esse tipo de emissão eletromagnética (não-ionizante) provoque algum dano à saúde.

Com o avanço tecnológico da telefonia celular, que hoje faz parte do nosso dia-a-dia, aumentando significativamente o número de telefones móveis, como também o número de antenas pelas cidades, é possível que surjam novos questionamentos.

 

3 comentários:

  1. Muito boa a matéria! Da pra entender como funciona um celular e a "quebra de tabu" sobre os perigos de radiações.

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  2. Anônimo20/5/10

    Prezados:

    Existe um limite para os níveis de densidade de potência eletromagnética, referente às antenas de celulares. Saibam que os limites na França e na Itália são DEZ VEZES inferiores aos do Brasil!

    O problema não é apenas uma antena, mas o somatório das radiações provenientes de TODAS as antenas nas vizinhanças, que que só pode ser medido através de um instrumento calibrado com ponta de prova isotrópica.

    Alguém tem dúvida dos níveis de densidade de potência na Av. Paulista?

    Otto Triebe de Mello
    Eng. Telecomunicações
    Cel: 11 9855-4988

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